domingo, 30 de agosto de 2009

fuqueta

Quem nunca teve um fusca???
Se não teve, um parente teve, tem um, ou terá!
Me lembro quando pequena de subir no "capÔ" de um deles... tempo bom...

Sabe,
adoro as surpresas da vida.
Nessa sexta, uma pessoa muito querida estava com uma camiseta linda, que tinha a estampa de um deles, era de stencil e o fusquinha era azul... muito fofa!

encanei com a camiseta...sei lá...

No sábado, quando cheguei em casa, me surpreendi com um fusca branco estacionado na garagem.

-meu pai comprou um FUSCA - 1974---

Pirei!

"Ah, se o meu fusca falasse..."


segunda-feira, 24 de agosto de 2009

homens - doidice nº 1

São pessoas
São milhões
Com manias e tensões
São eternos e sinceros
momentaneos e insanos
falsificados
explorados
eternos e pirados
exatos
enxutos
grudentos
às vezes nus
são pessoas
são milhões
palhaços
mimicos
cabeludos
carrancudos
largados
vadios
são todos abraços e sorrisos
no vazio.
Dão ataques
nos atraem
sem "falsismo"
muito menos "frescurismo"
vou mais além
gosto do natural "pessoísmo" (não do Pessoa ... aquele lá... sabem quem...)
natural...

simplesmente uma pessoa,

pessoa normal.


segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Viva Raul !

Após 20 anos da morte de Raul Seixas, uma renovação surge para os nossos ouvidos.Uhu!!!!!
"Gospel", uma faixa de 1974 escrita pelo roqueiro em parceria com seu grande amigo e letrista Paulo Coelho, foi recuperada e produzida por Marco Mazzola, contando com o talento de Frejat para modernizar os arranjos...
Linda, e com muito de Raul...
Gente.... muuuuito boa.
Ouçam aki:
http://mtv.uol.com.br/lancamentos/ou%C3%A7-nova-m%C3%BAsica-de-raul-seixas

TOCA RAUL!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

sábado, 8 de agosto de 2009

São, São Paulo

...São, São Paulo meu amor
São, São Paulo quanta dor...

...Porém com todo defeito
Te carrego no meu peito
São, São Paulo
Meu amor...


A FLOR E A NÁUSEA
(a minha preferida)

Preso à minha classe e a algumas roupas,
vou de branco pela rua cinzenta.
Melancolias, mercadorias espreitam-me.
Devo seguir até o enjôo?
Posso, sem armas, revoltar-me?
Olhos sujos no relógio da torre:
Não, o tempo não chegou de completa justiça.
O tempo é ainda de fezes, maus poemas, alucinações e espera.
O tempo pobre, o poeta pobre
fundem-se no mesmo impasse.
Em vão me tento explicar, os muros são surdos.
Sob a pele das palavras há cifras e códigos.
O sol consola os doentes e não os renova.
As coisas. Que tristes são as coisas, consideradas sem ênfase.
Uma flor nasceu na rua!
Vomitar esse tédio sobre a cidade.
Quarenta anos e nenhum problema
resolvido, sequer colocado.
Nenhuma carta escrita nem recebida.
Todos os homens voltam para casa.
Estão menos livres mas levam jornais
E soletram o mundo, sabendo que o perdem.
Crimes da terra, como perdoá-los?
Tomei parte em muitos, outros escondi.
Alguns achei belos, foram publicados.
Crimes suaves, que ajudam a viver.
Ração diária de erro, distribuída em casa.
Os ferozes padeiros do mal.
Os ferozes leiteiros do mal.
Pôr fogo em tudo, inclusive em mim.
Ao menino de 1918 chamavam anarquista.
Porém meu ódio é o melhor de mim.
Com ele me salvo
e dou a poucos uma esperança mínima.
Passem de longe, bondes, ônibus, rio de aço do tráfego.
Uma flor ainda desbotada
ilude a polícia, rompe o asfalto.
Façam completo silêncio, paralisem os negócios,
garanto que uma flor nasceu.
Sua cor não se percebe.
Suas pétalas não se abrem.
Seu nome não está nos livros.
É feia. Mas é realmente uma flor.
Sento-me no chão da capital do país às cinco horas da tarde
e lentamente passo a mão nessa forma insegura.
Do lado das montanhas, nuvens maciças avolumam-se.
Pequenos pontos brancos movem-se no mar, galinhas em pânico.
É feia. Mas é uma flor. Furou o asfalto, o tédio, o nojo e o ódio.
Carlos Drummond de Andrade
:) fim de tarde em sampa... normal...